quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Transição





Homem contemporâneo de si mesmo. Amadurecem pensamentos, sonhos, sentimentos. Amadurecem as bananas, mas eu não gosto de bananas. Sua nova forma abstrata de segredos, detidas por sensações que arruínam a outros.

Reforma física. Mudam cabelos, muda-se a face. Aumentou a libido. Um, dois, três corpos. Cresceu em demasia que devorou olhos a secar friamente o que outrora precisava.

Nasce com a manhã. Plena, de céu azul, sol amarelado e nuvens brancas. Deita-se como a noite, despida de luz no breu enigmático sem luar. Poucos vêem suas mãos tremulas a espera do que não veio.

Nada se prendia em nada. Era novo. Não se conhecia diante do espelho. Questionou memória, consumiu lembranças. Desconstruiu seus membros. Bebeu um gole seco de amargura. Compreendeu o desequilíbrio que sofria por excesso de equilíbrio.

Acordou. Viu uma nova ótica. Aquela agressiva que repudiava tudo o que já havia sido. Pegou suas chaves e partiu. Não sabia o que pensar nem aonde ia. Cruzou a porta sem nenhuma tradição. Distinto, nada era igual à antes. Nem mesmo seu nome que se perdeu com o medo que o seguia. Nunca mais olhou para trás.

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