Cabeça vazia de pensamentos desprendidos de uma única definição que nem sei definir. A voz não fraqueja em dizer a si mesmo onde foi que os passos perderam-se dos pés cansados. Já são poucos os rastros deixados no chão sujo.
- Não vistes que há um desvio em seu rumo?
- Não penso em seguir.
-Teve-o nas mãos e de longe nada poderás fazer. Pois não dizes o que senti e não senti o que dizes, talvez a vaidade da mais bela das vaidades, aquela constante de calar-si.
-Teve-o nas mãos e de longe nada poderás fazer. Pois não dizes o que senti e não senti o que dizes, talvez a vaidade da mais bela das vaidades, aquela constante de calar-si.
-Boca absurda! Insiste em cuspir palavras que seguem a seco a loucura que não foi. Contente-se em ir até onde pode ser ouvida.
-E por que vós tendes de cultivar a poeira dos pés? Apareces diante dos olhos e o que fazes é consentir em abafar-me?
-Cale-se. Tu és apenas uma voz.
-E tu apenas um corpo fechado sem própria vontade no vácuo de seus desejos. Surdos do grito de dor e do riso de prazer. Presos aos pés indagados na interrogativa duvidosa e perdida de uma quase certeza.
Muitas foram às palavras de acuse. Os princípios das respostas ditas, silenciadas e proclamadas. Conversaram por horas, andando lado a lado na mesma calçada. Curioso foi ver o efeito que causavam diante aqueles que os cruzavam, certamente, conservou-se o mudo e o falante. Ambos sabiam que tinham razão, o que não entendiam é porque discordavam.
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