terça-feira, 17 de agosto de 2010

Conversa poética

Sobre o amor


AP:
- Mensagens de saudade, um amor platônico, talvez. Intimou-a uma descoberta que se aflorou por entre as mãos. Rubor no rosto interrogativo. Resposta morna. Nem quente de clemência, nem fria de remissão. Permanece imaculada, a verdadeira distorção. Quem é que sabe? Só o coração.

EG:
- Amores platônicos, pulsantes ao coração, falado por bocas injúrias mornas. Entre paredes da sala, estampam a mais pura e bela infidelidade do perfeito. A bela moça também o fitava. Em coito, verdade, mas o prazer do platônico é limitar-se ao quase. Hoje ainda, aponta-se interrogativa o seu semblante, e eu um mero cúmplice de seus segredos.


Sobre a amizade


EG:
- Celebrar aqueles que compassam o mesmo comum, vivem os mesmos flertes de memória. Aos conjugues amigáveis de verdade, excitações, exclamações e outros ressentimentos, é ter porto ao navegar sem padecer de ser só. Um brinde ao nosso conluio, um brinde a nós!

AP:
- Sim, aprecio! Um brinde a nós. Um brinde a vida, a falácia do viver, brindar ao único, inusitado. Comemorar a arte de viver, no limite do ilimitado, na mentira mais verdadeira... Sentidos e sentidos. Sentir que ter alguém vale mais que ter a si próprio.




sexta-feira, 13 de agosto de 2010

In-confissões




São exatamente 02h42min de sábado. Segundo os meteorologistas do jornal, aproxima-se uma frente fria ainda nessa madrugada. Estivesse a conferir esse frio se não fosse a insônia, minha oportuna companheira. Conversei comigo mesmo sobre o decorrer do dia. Na verdade, as coisas que imaginei durante o dia. Pensamentos inacabados, pretensões, confissões que nunca fiz.

Tudo isso se deu, em primeiro instante, no ônibus. Estava com fones de ouvido, e assim como um surto, lembrei de coisas que nunca disse, e carrego comigo como souvenirs. Seria notório lembrar o que as impediu de serem ditas. Medo de inconveniência? Timidez? Não sei explicar ainda.

Agora são 02h51min, olhei meu twitter, passei por páginas do orkut. A tv está a passar uma comédia horrorosa de policiais. Talvez depois de ter escrito o parágrafo acima, busquei uma resposta que combinasse com a hesitação antiga.

Logo, correu-me um sutil incomodo por guardar posições que, se antes tivessem sido apontadas, tudo seria diferente, ou a mesma coisa sem o pesar dessa até então, inconsciente bagagem.

Uma vez me disseram (fazendo referência a uma especial amiga de sempre), que todos têm um não gratuitamente, e admirável é ser o que se é sem fugir de nada que pareça não ter solução. Não o fiz, mas acho que entendi hoje o que quis dizer.

Obrigado pelo conselho e pela foto!

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

decifra-me


Ela que diferente de tantas outras, em frente ao espelho, batom vermelho, o salto alto e as curvas à mostra. Nua. Nua de amor.Tudo que conhecia era o prazer, corpo. Só.

Tantos viram seus olhos estreitos, tantos lhe escreveram poemas. Os que dançaram tango até as 03h 41 min da manhã. Os que lhe pagaram drinques e juraram amor eterno. A esses que nem o nome sabia. Carlos, João, Antônio...Não se importava com números. A cada um fazia-se única, era mais que casualidade. Havia estado em varios mundos, porém ninguém decifrava o seu.


rapta-me
me adapte-me
me capta-me
it´s up to me
coração
ser querer ser
merecer ser
um camaleão
rapta-me camaleoa
adapte-me ao seu
ne me quitte pas...

Caetano

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

bird

você é isso
estrela matutina
luz que descortina
um mundo encantador
você é isso
uma beleza imensa
toda recompensa de amor sem fim
(...)
Eu ouvi um cantar.