quinta-feira, 22 de julho de 2010

Poética de um palavrão


Em certos momentos, bem aqueles que expressam grandes frustrações, seja de maneira capciosa ou não, ainda outros que representam o grau máximo de coloquialismo, malandro, talvez... Eis que saltam da boca os verbos culposos e incriminados.

Sim, são aquelas palavras que desde crianças e por crianças somos desafiados em dizer (Eu duvido você...) e que nos foi censurado por nossos pais. Aquelas que devoram o moralismo e acentuam a falta de educação. Se bem que há pessoas que pedem a exclusividade da vertente mais punk da língua.

A partir disso, tenho uma interpretação um tanto fantasiosa e nem tão discriminativa em dizer um palavrão. O fato é uma reflexão que li pela internet, e depois assisti em um espetáculo. Fez-me lembrar de um fato curioso.

Em uma das idas e vindas do trajeto casa-trabalho-faculdade, estava ao ponto de ônibus, escorado pela mochila cheia de superfluidades necessárias, o celular toca. Atendo, é uma amiga:

- Oi vadia!

Pronto. Percebi que as pessoas que estavam em minha volta olharam-me com estranheza. Logo evidenciam o desprezo pela palavra vadia. Claro que nos era íntimo a troca de afetos de calibres potentes.

A verdade que a palavra apontada como "baixo-calão" em seu sentido mais profundo e poético (não que eu tenha uma visão Polyana de tudo) fazem sentido, por exemplo: VADIA neste caso se apresenta como adjetivo simplificado do vocábulo vadiagem. Aquele que se ocupa de vadiagem, uma vez que não entendida no lado sexual e pejorativo, mas no sentido boêmio e original daquele que se consome de fazer um nada intelectual.

Logo, é nobre a contextualização. Contudo, e de maneira afetiva, dedico a esta vadia esse post.

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