quinta-feira, 24 de junho de 2010

Olhos de si mesmo


(Pode não fazer sentido, fosse o peso das palavras)

Pode não ter sono,
pode não ter sonho
Fosse insônia, ressaca ou desvario
toda a fervura de pensamentos.
Pode não ter canto,
pode não ser encanto
Fosse o jornal de notícias que não importam mais
toda espessura que se forma.
Pode não ser santo,
pode até mudar o manto
Fosse à reza que cansou
e nem poética ecoa mais.
Pode não ser brando,
pode faltar céu
Fosse à chuva
e tudo limitar-se ao quase.








Um comentário:

  1. Mas entre tudo que se pode ser, acaba sendo um quase, limitando-se ou não, dentro do que parece ser, do que quer ser, e é. Vem farto de sonho, com sono, desejo e desprezo por não olhar um ser, seu próprio ser que cansa, ecoa mesmo que não poética.

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