quinta-feira, 27 de maio de 2010

Queres?


Quero ser eu,
aquele que o olha nos olhos
Seu cabelo robusto, sua barba mal feita
seu café simpático e que simpático.


Quero ser eu,
aquele que o toca nas mãos,
sentir aquele calor pretensioso
e que logo se entrega ao vulgar.


Quero ser eu,
um sorriso sem medo, choro sem motivo,
ser mais um dia,
um céu e algumas palavras.


Quero ser eu,
a dúvida, a satisfação
a flor, a canção
o desejo e o coração.


Quero ser eu,
o amor consumido
esse mon amour erudito
ignorado pelo seu querer ser.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Soneto da cidade


Eu vou me perder pela cidade
perder você dos meus pensamentos,
seria uma falsa felicidade
e um verdadeiro firmamento.


Em cada esquina, passos e vaidade
calçadas tristes, pessoas pelos pavimentos
Esquecer uma flor murcha por saudade
a ela restou voar aos ventos.


Entre os prédios e o cinza céu, idade
desamor quebrado, desvairado
Excesso de verdade.


Esse amor permite questionamentos
mas seus olhos fechados, meus pés perdidos
na cidade, isso fica sem cabimento.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Conversa, tempo, beijo




Você me disse que o céu borrou a cor
Olhei e vi, azul.
Então, delicadamente, pegou-me a mão e apontou.
Não consegui ver, talvez miopia minha.
Quanto na verdade, era apenas um pretexto seu para aproximar-se.
Enquanto procurava o céu, seus lábios procurou os meus
e rapidamente, consumiu minha inocência
Surpresa!
Peguei-me envolta nos braços teus,
Disse que tinha intenção de roubar-me um beijo,
sorri tímida e pensei:
-Não sabes que inventei miopia como pretexto para melhor padecer de sua companhia.
Inocência dupla.
Parecíamos crianças, parecíamos acanhados apaixonados e o céu parecia azul.