sábado, 16 de janeiro de 2010

Foi sem mim



Eu finalmente, depois de muito, entendi porque me exita tanto. Falasse logo de cara, mas alguns hábitos não mudam. Tu sempre correu de mim, lembra? E mantendo a rima, depois me chama de covarde, se quando corre faz o maior alarde!


Pior é que não há o que se fazer. Você partiu para uma viagem só, ao menos levasse uma pequena bagagem. Mas não, levou as mão nos bolsos. Puramente. Diz ir buscar o normal. Claro! Sou um monstro de três braços, cinco olhos e verde!


A verdade é que não quero ver sumir na paisagem. Ter hora marcada na agenda para sorrir de você. Justo que proclamou independência. Mas que cumprisse com aviso prévio. Desregulou meu itinerário.


Tenho vontade de mater em cativeiro, trancafiado por inúmeras chaves de vários tamanhos e correntes pesadas a grande árvore de raízes largas. Que parece com muitas outras arvores, mas é diferente. Tem o dom de ouvir. Que pensa em coisas tão simples, que nunca penso, que odeia o puro e ama o deformado.


Infelizmente ainda não consigo imaginar meu vagão-de-maria esfumaçando em outro trajeto sem cruzar a ponde admirável de bases de madeira. Sinto com se esta fosse a pior de nossas brigas. Aquela irreparável, sem desculpas, sem provocar, sem ficar de mal.


O mundo fez-se sério. E para alguns de nossos sonhos, resta a gaveta. O que mais me incomoda é que para aqueles que apontavam, um dia ela cruzará por outro corredor sozinha, e ríamos do absurdo de ser um individuo individual. Fosse sozinho quem quisesse! Sabíamos que o mais belo dos amores era infinito, porém, desprezamos compreender que o infinito tem um fim. Vá, antes que eu invente motivos bobos para segurar sua mão. Agora é sozinho, porque precisa ser.

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